quinta-feira, 10 de março de 2011

O VERBO FAZER E HAVER





Vamos tratar aqui de dois verbos que normalmente causam problemas quanto aos seus empregos. Segundo a norma culta da língua portuguesa, os benditos verbos haver e fazer devem ser empregados com cautela, pois, a depender do uso em determinadas sentenças, podem apresentar cargas de valor "pessoal" ou "impessoal". Vejamos as tabelas abaixo para melhor exemplificar essas diferenças:

O VERBO FAZER
Em seu sentido prototípico, ou seja, de  construir, fabricar,  confeccionar etc., esse  verbo tem sujeito e com  ele concorda:
Quando indicar tempo decorrido ou fenômeno climático esse verbo não terá sujeito, portanto não deverá ser flexionado:
- Ele fez folia 
- Faz calor
- Elas fazem salgados
- Fazia frio
- Tu farás o que é legal
- Faz dez anos
- Nós faremos o serviço

- Nós fizemos estripulias 


OBS:
Quando empregado em uma locução verbal, indicando tempo decorrido ou fenômeno climático, o verbo fazer transfere sua impessoalidade para o verbo auxiliar e assume a forma infinitiva como mostra o exemplo abaixo:
- Vai fazer dez anos
- Irá fazer calor
  
O VERBO HAVER
Em tempos compostos e no sentido de “ter”, esse verbo possui sujeito e com ele concorda:
No sentido de fazer, indicando tempo passado; existir, acontecer e ocorrer, não tem sujeito e deverá ficar na 3ª pessoa do singular:
- Eles haviam planejado.
- Há dias está chovendo.
- Nós haveremos de resolver o problema.
- Havia problemas.
- Hei de vencer.
- houve tumulto na plateia

OBS:
Quando empregado em uma locução verbal, indicando tempo passado; existir, acontecer e ocorrer, esse verbo transfere sua impessoalidade para o verbo auxiliar e assume a forma infinitiva como demonstram os exemplos abaixo:
- Deve haver empenho
- Poderia ter havido mais empenho

Acabar x Terminar

Já perceberam que "acabar" e "terminar" podem carregar diferenças, no mínimo, interessantes quanto ao seu uso prático?

Acabar parece dá uma idéia de pausa em algo que se faz. Terminar, não. O carnaval acaba no dia em que antecede a quarta-feira de cinzas, porém não termina. No ano seguinte ele retorna. A obra de um edifício acaba no final do expediente para começar no outro dia e termina quando está pronto para ser ocupado pelo inquilino ou morador.

A vida, por exemplo, termina com a morte, apesar de crermos que ela dará continuidade em um plano superior. Mas isso tem outro nome: "ESPERANÇA".