Minha terra tem mandacaru,
Onde canta o carcará;
O sol que nos castiga,
Também dá vida ao brilhar;
Sal a gosto a escorrer e petróleo
a minar.
As praias que aqui existem,
São tão belas quanto o mar.
Tempo azul, verde e cinza, poemas
ao luar;
A alegria que aqui floresce
Contagia o lugar.
Povo forte, hospitaleiro,
Muitos filhos pra criar;
Cafezinho e tapioca, rapadura e
mungunzá,
Angu, feijão de corda, camarão e
vatapá;
Um convite a ouvir, uma rede a
balançar.
Nosso céu produz estrelas;
Faltam dedos pra contar:
Anjos, Barbosas e Bandeiras;
Clarices, Suassunas e Amados;
Andrades, Guidos e Gonçalves;
Marinas, Alexandres e Giliardes;
Gonzagas, Ivetes e Ramalhos;
Danielas, Margarethes e Azevedos;
Bethanias, Pitys e Raús;
Caetanos, Djavãns e Chicos Science.
Minha terra tem alegria,
Anísios, Tons e Shaolins;
Espantas, Muções e Zés Lezin.
São João, frevo e maracatu;
Carnatal, Fortal e Pré-caju.
E histórias pra contar;
Mitos, lendas e parlendas;
Muita fé, rezas e patuás,
Elas não costumam “faiar”.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que torne a apreciar,
A barragem, a lagoa, o rio e o
mar;
O xique-xique florescer, a ema
correr
E o canto do carcará.
(Giezi)