sábado, 22 de agosto de 2015

LIVRO ELETRÔNICO X LIVRO IMPRESSO


 
LIVRO ELETRÔNICO X LIVRO IMPRESSO: CONSERVADORISMO NA ERA TECNOLÓGICA DA INFORMAÇÃO

A cada 40 livros impressos vendidos, no Brasil, um é no formato eletrônico, segundo reportagem da revista Época Negócios, de 25 de julho de 2014. Pode até parecer muito baixo o consumo de e-books no Brasil, mas considerando o contexto de leitores é até admissível. Em muitos casos, a rejeição estaria relacionada ao preço do aparelho eletrônico, considerado um pouco salgado (entre R$ 200, 00 e R$ 800,00, a depender da marca e do produto), e não ao do e-book em si. Afinal, a compra desse formato de livro é quase a metade do preço do livro impresso. Essa é uma realidade que parece não ter volta. É inegável os pontos positivos encontrados na leitura de eletrônicos, como a dinâmica na aquisição dos livros e os recursos existentes como adaptação ao tamanho das letras, tamanho e volume do aparelho, marcadores, anotações etc. o interessante é que os pontos negativos estão quase sempre relacionados ao conservadorismo e disputas com o mercado editorial. Não quero aqui falar da disputa de mercado, mas no conservadorismo por trás do formato de leitura. Há quem permaneça fiel aos livros impressos, simplesmente porque gostam desse tipo texto e isso não se discute, mas ainda há aqueles que querem manter somente a pose de intelectual, levando a sua obra impressa preferida para passear - nada contra, é claro, afinal passear com o que gosta é exclusividade de pessoas livres.
Mas o conservadorismo que quero discutir aqui é a resistência de alguns educadores à tecnologia ou ferramentas digitais de apoio ao ensino. Até bem pouco tempo, o assunto era quase que um tabu, no que pese o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) que somente em 2014 se “rendeu” à tecnologia e agora prevê o e-book como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, apesar de as coisas parecem caminhar a passos de tartaruga. É claro que algumas das dificuldades apresentadas no uso das tecnologias digitais estão ligadas às questões operacionais, mercadológicas e editoriais. Contudo, acredito que os e-Books, enquanto suporte para armazenamentos de livros eletrônicos, possam facilitar a consulta e os trabalhos de discentes e docentes, pois permitem termos “bibliotecas” em salas de aula, em vez de apenas uma biblioteca na escola ou no bairro da cidade. Entretanto, nem tudo são flores. Como venho discutindo, outro problema com os e-books está relacionado às citações de trechos em trabalhos acadêmicos a partir da leitura do livro eletrônico. Aí perguntamos: como fazer citações a partir das informações lidas nesse tipo de ferramenta? Explico o porquê da pergunta:



Os livros impressos possuem páginas que utilizamos como guias para citar autores por meio do ano e a “paginação”, conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Ex:  (OLIVEIRA, 2015, p. 12). Ao contrário dos impressos, os e-Books não possuem páginas, mas “localização” ou “posicionamento”. O fato é, quase sempre quem faz trabalhos acadêmicos e utiliza em suas pesquisas os e-books precisa recorrer à internet em busca do mesmo livro digitalizado, no formato PDF, para poder localizar a página “original”(leia-se aqui como “original” o livro impresso), uma vez que o livro, nesse formato, carrega o nr da página do livro impresso. Outro recurso utilizado é buscar em bibliotecas, livrarias e sebos esses textos, com a finalidade de rastrear a página e fazer as devidas citações. Aliás, essa é a principal dica dos especialistas e revisores de texto. Mas há sugestões, também, como por exemplo utilizar o formato (OLIVEIRA, 2015, l, 22), onde o “l” minúsculo indica a posição ou “location” da leitura no e-book, isso porque o posicionamento de leitura não muda nos livros eletrônicos, mesmo quando lido em tabletes, ou smartphones, todavia não há consenso ainda entre os especialistas, nem um posicionamento da ABNT em relação a isso (pelo menos até onde sei). Algumas empresas, que investem nesse mercado dos e-books, já estão fazendo adaptações e vendendo alguns livros eletrônicos informando o nr das páginas “originais” . Por enquanto, resta esperar e ficar sujeito aos impressos. É isso.


Fontes:


http://www.crb1.org.br/index.php/137-livros-eletronicos-como-fazer-citacoes

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